Jerusa é um daqueles casos típicos de atletas que começaram tarde no esporte. Nascida com uma catarata, por muito tempo lutou contra a perda da visão, mas aos 18 anos ficou completamente cega. Foi apenas depois disso, aos 19 anos, que conheceu o esporte através o atletismo. 

Rapidamente começou a evoluir e a disputar competições internacionais. Em 2008 representou o Brasil pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de Pequim, quando conquistou a medalha de bronze. De lá pra cá esteve presente em todas edições dos Jogos, conquistando 6 medalhas. 

Jerusa não gosta de limites, e é especialista em quebrar barreiras e preconceitos. A primeira barreira do esporte que derrubou foi em 2019, quando se tornou a primeira mulher cega a correr os 100m em menos de 12 segundos.

Em Tóquio protagonizou uma das cenas mais marcantes dos Jogos. Chegou como grande favorita a medalha de ouro dos 100m, mas durante a final a guia que a unia ao seu atleta guia rompeu, deixando Jerusa sem medalha nesta prova. A redenção veio 3 anos depois, em Paris. Mais uma vez chegando como a grande favorita da prova, Jerusa não deu chance para o azar. Com um desempenho espetacular, ficou com a tão sonhada medalha de ouro, com direito a quebra do recorde mundial.

Hoje, aos 42 anos, vive a melhor fase de sua carreira, mostrando para todo mundo que idade é apenas um número. É a atual campeã mundial e detentora do recorde mundial dos 100m rasos, o que faz de Jerusa a cega mais rápida de todos os tempos. Segue treinando duro, já pensando nos Jogos de Los Angeles 2028, pronta para quebrar mais recordes e barreiras.