Edênia é um daqueles casos em que o esporte de alto rendimento aparece na vida por um grande acaso. Nascida com atrofia fibular muscular (doença de ‘Charcot-Marie-Tooth’), recebeu como indicação médica para seu desenvolvimento a prática da natação. O pai, motorista de ônibus, sem saber onde levar a filha para nadar, encontrou em seu ônibus um rapaz com o uniforme da seleção brasileira de natação. Era Francisco Avelino, tricampeão paralímpico brasileiro de natação, que estava treinando para representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Sidney.

Do acaso para o sucesso foi um pulo. Começou a nadar no ano 2000 como tratamento médico e em 2002 conquistou o seu primeiro título Mundial com apenas 15 anos de idade. E não parou mais. Passou a colecionar medalhas e se tornou a primeira brasileira a se sagrar pentacampeã mundial de natação. Participou de 5 edições dos Jogos Paralímpicos (Atenas, Pequim, Londres, Rio e Tóquio) e conquistou 3 medalhas paralímpicas. Ao todo, foram 30 medalhas em competições internacionais.

Mais do que vencer, aprendeu muitas outras coisas com o esporte. Aprendeu que não é uma conquista que faz um atleta campeão. Para Edênia, campeão é aquele que se comporta da mesma maneira frente a uma derrota, pois sabe que aquela derrota não o diminui. 

Aprendeu a importância que um atleta tem no mundo, e mesmo tímida, passou a representar muitas causas. Nordestina e PCD, atua na luta anticapacitista, feminista e por acessibilidade, e em 2019 abraçou mais uma causa, ao divulgar em uma entrevista que era parte da comunidade LGBTQIA+. Assuntos presentes nas palestras que ministra em grandes empresas pelo Brasil.

Apesar de se tornar palestrante e Presidente do Conselho Fiscal do CPB, sua principal atividade ainda é a natação, onde dedica a maior parte do seu tempo e se prepara para representar mais uma vez o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris.