Juliana é guerreira desde os primeiros dias de vida. Natural do  Rio de Janeiro, nasceu prematura e com uma má formação na perna direita. Durante uma ano e meio passou por diversas intervenções de risco para tentar preservar sua perna, o que quase lhe custou a vida. Depois de diversas complicações, os médicos decidiram pela amputação na altura do joelho.

Desde pequena, a deficiência nunca foi um problema. Mesmo usando prótese, aprontava muito na escola e sempre praticou esportes. Jogava capoeira e praticava handebol. Aos 10 anos conheceu a natação, onde disputou torneios nacionais e aos 16 anos fez um teste no Atletismo e foi paixão à primeira vista.

Conquistas
Mas seu caminho nunca foi fácil, cada passo foi dado com muita luta e suor. Foi treinando cada vez mais duro que suas marcas foram subindo ano a ano. E depois de muita evolução e vários recordes brasileiros no arremesso de peso e no lançamento de disco, Julyana foi convocada para representar o Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio 2020. E lá, apesar de estreante, superou várias favoritas e conquistou a medalha de bronze em sua prova principal, o lançamento de disco.

Em 2023 representou o pais nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, onde tambem conquistou 2 medalhes de bronze, nas provas de disco e peso. É atualmente a quinta colocada no ranking mundial e segue treinando para representar o Brasil em Paris 2024.

Representatividade
Depois da participação em Tóquio, Julyana percebeu a importância da sua representatividade como mulher, negra periférica e amputada. Da noite para o dia, se viu como espelho para milhares de mulheres que viam nela suas causas.

Passou a estudar e se preparar mais, recebeu convites para palestrar em eventos, participar de desfiles de moda e programas de televisão. Transformou seu cabelo em ferramenta de comunicação, para mostrar através de seus penteados um pouco da cultura e do orgulho de suas origens.